São Portugueses 3 murais de street art que estão entre os melhores do mundo
A Street Art Cities faz todos os anos um Top 100 com os melhores murais de arte urbana ao redor do mundo. Desta vez, podemos encontrar no ranking três obras portuguesas, todas em Lisboa. O vencedor do ranking anual será divulgado no dia 6 de fevereiro.
Um dos murais portugueses distinguidos é The Linen Ghost, de Regg. Pode ser visto no bairro 2 de Maio, na Ajuda. Foi uma homenagem do artista à comunidade que vive nesta zona, que passou por diversas dificuldades, e um tributo à sua “bravura e coragem”.
The Linen Ghost, de Regg, é um mural que pode ser visto no Bairro 2 de Maio, na Ajuda.
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O bairro 2 de Maio teve muitas lutas desde o seu início.
Construído durante a ditadura de Portugal para a polícia do estado, o projeto caiu com a revolução de 1974 e logo foi tomado pelo povo.
Durante esses primeiros momentos críticos, eles lutaram com as condições básicas de vida. Dormir no chão, comer pouco e o frio era uma realidade cotidiana.
Uma história que me inspirou daquela época foram as visitas dos fantasmas brancos à noite. Várias figuras anônimas batiam nas portas e gritavam à noite enquanto usavam velhos lençóis brancos. Até hoje sua identidade é desconhecida.
Pintei o galo da torre ao lado do bairro para simbolizar a bravura e coragem daqueles moradores iniciais.
Alto do Longo, de Hopare, é um mural que pode ser visto no Bairro Alto.
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Fado Tropical em Tons RGB, de Ozearv, é um mural que pode ser visto no Bairro da Graça
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Fado Tropical em tons RGB
Um espaço aberto à apropriação e à projeção dos nossos sentidos, porque a identidade cultural somos todos nós. Somos o fado das vielas e das novas sonoridades. Somos o fado em remix onde cada animal tira e deixa um pouco de si.
Em todas as estéticas que admiro e repito, faço uma remistura do que é virtual e uma imitação do realismo.
Dou espaço à desconstrução permanente do conceito de certo e errado para procurar o erro como quem procura oxigénio. Vivo desse momento em que o erro se torna uma nova descoberta... Uso a parede como uma tela para nela experimentar, partilhar, e deixar que cada espectador sinta que um pedaço desta imagem é também sua.