O tempo e a história encarregaram-se de tornar a Ponte de São Gonçalo num dos símbolos da identidade local.
À sua construção, no século XVIII, antecedeu a antiga ponte fortificada, de época medieval e a cuja edificação se associa o nome e milagres de São Gonçalo: remover enormes pedras com as suas mãos, fazer brotar água das pedras para saciar a sede e convocar os peixes para alimentar os trabalhadores contam-se entre os milagres.
Da primeira ponte, desmoronada na sequência de uma cheia, em 1763, permanece a imagem gótica da Nossa Senhora da Piedade, conhecida por Senhora da Ponte (séc. XIV/XV), colocada num recanto da igreja e voltada para a ponte, que, originalmente, se encontrava num cruzeiro biface a delimitar os concelhos de Gouveia de Riba Tâmega e o da Villa d’ Amarante.
O tempo marca novo encontro com a história e a Ponte de São Gonçalo torna-se palco, em 1809, de lutas sangrentas, numa heroica resistência, durante 14 dias, dos soldados portugueses, comandados pelo General Silveira, contra a passagem das tropas napoleónicas. Uma lápide, colocada numa das pirâmides, recorda e assinala esse acontecimento histórico que valeu ao General Silveira o título de Conde de Amarante e à Vila de Amarante o colar da Ordem Militar da Torre e Espada.
A ponte, com cerca de 50 metros de comprimento, suporta um tabuleiro com quatro varandins semicirculares e, em cada extremidade, dois obeliscos barrocos que ostentam inscrições epigráficas relativas à construção da ponte e ao episódio heroico da resistência à invasão francesa.
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