Situada na freguesia de Santa Maria, a
Igreja de Santa Maria do Castelo, é a igreja matriz da cidade de Tavira.
Segundo consta, esta igreja terá sido construída no século XIII, aquando da conquista da cidade de Tavira aos mouros sob iniciativa da Ordem de Santiago (1242) , por D. Paio Peres Correia, para substituir a mesquita árabe aí existente. No seu interior, junto do altar-mor, repousam os ossos de sete cavaleiros cristãos mortos pelos mouros e os restos mortais de D. Paio Peres Correia.
O projeto ficou a cargo do arquiteto italiano Francisco Xavier Fabri, que teve a preocupação de manter a estrutura original da igreja – três naves e quatro tramos -tendo aproveitado a cabeceira e algumas capelas laterais, caso da Capela do Evangelho, de estilo gótico, e da Capela do Senhor dos Passos, de estilo manuelino mas revestida com azulejos do século XVII.
Relativamente à ornamentação interior, merece destaque a capela-mor, onde se vê um retábulo do início do século XIX de arquitetura simulada (pintada). Nas paredes laterais da capela-mor observam-se duas inscrições medievais que assinalam a presença do túmulo de D. Paio Peres Correia e dos seis cavaleiros que morreram na reconquista cristã de Tavira.
Igreja de estilo originalmente gótico, foi abalada pelo terremoto de 1755, e prontamente mandada reconstruir pelo Bispo do Algarve, D. Francisco Gomes do Avelar. O portal principal ainda é o original gótico, com quatro arquivoltas em arco quebrado e respetivos capitéis vegetalistas, datando de uma campanha de obras de finais do século XIV ou inícios do século XV.
Na nave lateral encontra-se a Capela do Senhor dos Passos, de estilo manuelino, que data da segunda década do século XVI, tendo sido patrocinada por Lançarote de Melo, comendador da Ordem de Santiago. Destaca-se a sua dinâmica abobadada polinervada decorada com bocetes, onde se desenham peças heráldicas associadas à linhagem do comendador. São de notar, também, as decorações dos arranques dos arranques das nervuras da abóbada onde se encontram representados, de um lado, dois dragões afrontados, e do outro, um cinto com sua fivela, expressões do fantástico e do quotidiano, temas comuns na arte manuelina. Existe ainda uma Capela do Santíssimo Sacramento.
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