Viana do Alentejo tens de visitar a aldeia de Aguiar
Moldado ao longo do tempo pela história dos povos, o actual concelho de Viana do Alentejo resultou da fusão do antigo termo das Alcáçovas com o de Viana, este originalmente despojado pelas repartições senhoriais da Idade Média, das povoações de Oriola e Alvito.
Se neste espaço geográfico a pré-história não deixou marcas profundas da sua cultura material, o mesmo não aconteceu na época de denominação romana: dois importantes itinerários que ligavam, respectivamente, Ebora a Pax-Iulia (Beja) e a Salacia (Alcácer do Sal), cruzam o concelho em toda a sua extensão norte-sul. Ao longo destas duas rotas civilizadoras nasceram importantes aglomerados urbanos, sobre os quais, séculos volvidos, o cristianismo sagrou dois dos mais notáveis centros de culto mariano do Alentejo – N. Sra. d Aires e N. Sra. da Esperança.
Foi vila e sede de concelho entre 1287 e o início do século XIX. Era constituído apenas pela freguesia da vila e tinha, em 1801, 248 habitantes. A própria freguesia foi suprimida entre o início do século XX e 1985, quando foi restaurada por Lei da Assembleia da República. Durante esse período esteve integrada na freguesia de Viana do Alentejo.
Apesar de algumas incertezas quanto à dimensão e influência da cultura islâmica nesta região, está documentada, a partir do século XIII, uma crescente importância urbana das povoações de Viana, Aguiar e Alcáçovas, logo após o processo de "Reconquista" e consequente pacificação do território de Antre Tejo e Odiana.
Aguiar, de fundação e povoamento incertos, emerge de um obscuro Agar – origem toponímica de tradição oral local, divulgada na historiografia por Túlio Espanca.
Sabe-se, no entanto, que em 1269 lhe foi concedida a carta de foral por Estêvão Rodrigues e D. Marinha Martins, segundo o modelo de Santarém. Esta foi, posteriormente, confirmada por D. Dinis e reformada, em 1516, por D. Manuel I.
Viana do Alentejo, situada na encosta da serra que tem o seu nome, exibe, orgulhosa, as marcas ancestrais do seu património histórico e monumental. Na certeza das fontes escritas, as suas raízes entroncam no reinado de D. Afonso III, época em que lhe foi concedida a primeira carta de foral, mais tarde renovada por D. Dinis (1321), manifestando privilégios iguais aos de Santarém.