Roteiro informações sobre as ilhas no Açores

Por vezes, as paisagens mais famosasfazem sombra a outras menos conhecidas.Os Açores têm duas das 7 Maravilhas Naturaisde Portugal. Mas podia ter as 7 ou até 70... Asilhas do Arquipélago são uma fonte inesgotávelde lugares especiais. Esta é a autêntica terradas 1001 maravilhas, das conhecidas às pordesvendar, das faladas às ainda secretas.Por isso, citar mais alguns dos prodígiosda natureza que se podem encontrar nosAçores, pecará sempre pela escassez
Jardim bicentenário, o Parque Terra Nostraé um jardim em constante mutação. Parte destamudança é realizada pelas próprias espécies,em danças próprias da passagem das estaçõesdo ano. Mas há outras transformações queassumem toque humano, por exemplo, atravésda introdução de novas espécies. Deste modo,o espólio botânico e arbóreo iniciado em 1780por Thomas Hickling, então cônsul dos EstadosUnidos da América na ilha de São Miguel, temconhecido uma evolução constante. Razãoporque mesmo os que repetem a visita ao TerraNostra, sentem uma emoção semelhanteà da primeira vez.
Sim, há essa maravilha chamada de Lagoa dasSete Cidades. Mas São Miguel, na sua grandeextensão, é um universo de diversidade, queintegra paisagens naturais e citadinas. Nãoé preciso afastarmo-nos muito da afamadalagoa verde separada por um fio de pedrada lagoa azul. Por perto, há outras lagoasmais pequenas que ainda assim pedem meçasna escala do belo, provocando a fantasiacom nomes estranhos... Éguas, Empadadas,do Canário, de Santiago, Rasa e do CaldeirãoGrande, do Carvão, Pau Pique.Prossigamos até outras duas lagoas, gigantesnovamente em tamanho e fascínio. Nomirante para a dita do Fogo suspende-sea respiração e o tempo; nas Furnas contorna--se o vasto espelho de água até encontrar a fantasmagórica ermida gótica de NossaSenhora das Vitórias. Sinal do que esperao visitante no vale das Furnas, imerso numanévoa brotada das fumarolas e caldeirasde águas geotérmicas. Entra-se num dostanques da Poça da Dona Beija para sentir na pele o efeito da nascente de água sulfurosa,que corre a 38º C. Em redor, um cenáriode relva tratada, fetos e árvores, canteirosde flores, acolhe os banhistas mesmo quandochove miudinho. O mesmo acontece na maisvirgem Cascata Velha, lá para a Ribeira Grande,encontrada após um delicioso percurso pedestreentre vegetação frondosa. Ou nos miradourossemeados pela costa do Nordeste da ilha,a servirem panorâmicas que agasalham.Altura de descer à cidade, seja na Povoaçãodispersa pelas sete lombas avistadasdo Miradouro da Lomba do Cavaleiro,
Ver baleias no Açores
O cachalote é simbólico: representa em simultâneodécadas de história açoriana, envolta nos cheirosda indústria da baleia, mas também uma novaconsciência de proteção da fauna e florado nosso planeta. Espécie residente nas águasdo Arquipélago, é comum encontrarem-se gruposde fêmeas com crias durante praticamente todoo ano. Os machos abandonam este santuáriodurante o verão para rumarem, isolados,a destinos mais a norte. Mas acabam por regressar na época de reprodução ao mar amistoso que tão bem conhecem. Deste modo,o número de cachalotes com bilhete de identidadeaçoriano continua a crescer, aumentando a colóniajá existente. Avistar um cachalote é, por isso, ver um cenário típico e intrínseco aos Açores.Além da intensidade histórica e cultural desteencontro, junta-se a emoção de conhecer umdos mamíferos mais fantásticos da terra. Seráquase um quebra-cabeças sem solução o factodum animal de tamanho porte conseguir ser tãogracioso. Ninguém ficará indiferente ao charmetímido do cachalote. E como se não bastassea presença assídua destes gigantes de cabeçaquadrangular e pele cinzenta, há registo de cercade 30 espécies diferentes de cetáceos, entrebaleias e golfinhos residentes e migratórios, quese avistam neste pedaço de Atlântico. Ao todo,os Açores têm cerca de um terço do totalde espécies atualmente existentes no mundo
Ilha do Pico
acentuado pela Paisagem da Cultura da Vinhada Ilha do Pico, considerada pela UNESCO, desde2004, como Património da Humanidade.Criação Velha e Santa Luzia são áreas típicasde terreno vinhateiro, com a geografia retalhadapor uma malha quadricular de muros de basalto:os “currais”, protetores máximos dos pésde videira, cravados com obstinação nas pedrasde lava conhecidas por “lajido”. A históriado verdelho, em tempos uma bebida de czaresda Rússia, descobre-se no Museu do Vinho, nas“rilheiras” (sulcos deixados no solo lávico peloscarros de bois que transportavam uvas e barris),nas “rola-pipas” (rampas talhadas para facilitar o deslize das pipas até aos barcos).Embalados pela paisagem delimitada por um semim de muros negros, edificados por milhõesde gotas de suor picaroto, rola-se com estranhagraciosidade até Santo Amaro, freguesiapontuada pelo cavername das embarcaçõesque por ali ainda se constroem. Num pequenomuseu particular, dá-se conta da importânciaque a construção naval teve na freguesia.