Enquanto percorremos a Serra do Açor, ao mesmo tempo que nos deixamos encantar pelo aspecto majestoso e puro da paisagem, a curiosidade e a impaciência invadem-nos. Piódão teima em permanecer escondido para, inesperadamente, deslumbrar com a sua arquitetura, que tão bem exemplifica a capacidade que temos para de forma harmoniosa nos adaptarmos aos mais inóspitos e também mais sublimes locais.
Como se de um presépio se tratasse, as casas distribuem-se em redor dos socalcos, nas quais pontuam o azul e o negro xisto, por entre sinuosas e estreitas ruelas, que em cada canto escondem a história da Aldeia Histórica de Piódão
Piódão é uma freguesia portuguesa do município de Arganil, com 120 habitantes. A sua densidade populacional é de 3,3 hab/km². A freguesia inclui as seguintes aldeias e quintas: Piódão, Malhada Chã, Chãs dÉgua, Tojo, Fórnea, Foz d`Égua, Barreiros, Covita, Torno, Casal Cimeiro e Casal Fundeiro
No Numeramento Joanino de 1527, o primeiro recenseamento populacional nacional, Piódão aparece inserido na vila de Avô, como casall do piodam com dois moradores apenas. Mais tarde integra a Freguesia de Aldeia das Dez, da qual é desanexado em 1676 e passa a ser Freguesia.
O Decreto de 24 de Outubro de 1855 extingue o Concelho de Avô, e transfere a Freguesia para o de Arganil, onde atualmente se encontra
A aldeia histórica não tem mais do que cem habitantes. E quase a totalidade das calçadas e construções são em xisto, com janelas e portas pintadas de azul e branco. Tudo isso esparramado montanha abaixo, emoldurado pelo verde da vegetação. O que destoa neste cenário pra lá de bucólico é somente a igreja principal do vilarejo, toda em branco e azul, com torres cilíndricas arrematadas por cones. Destoa, mas combina perfeitamente com o local.
No fim de tarde, as pedras em xisto parecem brilhar sob os últimos raios de sol. E à noite, as iluminação das casas, vistas de longe, dão a impressão de se estar admirar um presépio de Natal.