A pitoresca aldeia do Barroca no Xisto
A parte mais antiga da Barroca está implantada ao longo de um pequeno morro, ladeado por duas linhas de água profundamente cavadas, formando um conjunto perpendicular ao curso do Zêzere, com o qual confina.
A Casa Grande, antigo solar do Séc. XVIII onde hoje funciona o Centro Dinamizador das Aldeias do Xisto, acolhe-nos e lança-nos à descoberta. Na Barroca continua a respirar-se um ambiente rural, pautado pelos seus ciclos agrícolas. A paisagem circundante é enquadrada pelo pinhal e pelas pirâmides das escombreiras da Lavaria do Cabeço do Pião, que já pertenceram às Minas da Panasqueira.
A aldeia possui um conjunto de construções periférico, mais ou menos disperso, edificado nos últimos 30 anos do séc. XX. Na praça central da sua malha urbana, destaque para a parte antiga da aldeia, essencialmente estruturada por três ruas, ligadas por várias ruelas. O material de construção predominante é o xisto, embora uma parte significativa das fachadas dos edifícios esteja rebocada e pintada, predominantemente de branco. Existe um número significativo de construções aristocráticas dos séculos XVIII e XIX, de maiores dimensões, integralmente em xisto, facto pouco comum na rede das Aldeias do Xisto.
Na aldeia pisam-se pavimentos em seixos rolados, mas junto ao rio encontramos as lajes de uma antiga calçada medieval. Nas ruas compactas, as casas possuem por vezes passadiços ao nível do primeiro andar e deixam adivinhar, nos seus pequenos detalhes, a vontade de conferir emoções à construção. Fora do perímetro da aldeia, as construções dedicadas aos trabalhos do campo pontuam caminhos de terra batida, entre as pequenas propriedades disseminadas pelas encostas. Através de passadiços e de belos percursos à beira rios alcançam-se achados arqueológicos que poderão existir há mais de 12 mil e 20 mil anos.
Ainda merecem destaque:
- Casa Grande- Edifício senhorial da Família Fabião
- Capela particular
- Capela de São Roque
- Igreja Paroquial
- Conjunto de casas particulares dos séc.s XVIII e XIX
A actual Rua 5 de Outubro foi o eixo estruturante e de afirmação da aldeia nos séc.s XVIII e XIX. Atestam-no a natureza, a dimensão e os elementos distintivos dos edifícios datados dessa época e ainda hoje existentes:
- a Casa Grande
- a casa que tem gravada a data 1772, onde nasceu José Inácio Cardoso
- e a casa que tem gravada a data 1839 em numeração romana (MDCCCXXXIX).
- Lavadouro
Com traços arquitectónicos da época do Estado Novo.
- Pontes pedonais
Duas pontos pedonais atravessam o Zêzere:
- uma mais antiga e rústica
- e uma mais recente em estrutura metálica
- Chafariz dos Namorados
Equipamento em granito, datado de 1915, com água canalizada, localizado na Rua 5 de Outubro.
- Fonte Ribeira da Bica
Equipamento em granito, actualmente envolvido por espaço de recepção e lazer.
- Cantinho dos Palermas
Ponto de encontro, ironicamente baptizado pelos habitantes.
- Capela de Nª Srª da Rocha
Foi instituída pela família Fabião. Está isolada no topo de uma elevação sobranceira à aldeia.
- Capela de S. Romão
Na padieira do portal encontra-se gravada a data 1720. O templo de planta rectangular é muito singelo e está rebocado e pintado de branco. No vértice da frontaria apresenta um cruz simples.
- Capela de Nossa Senhora da Agonia
Templo de planta rectangular, singelo, em xisto não rebocado, datado de 1713.
- Alminha
Ao fundo da aldeia, na margem esquerda do Zêzere, junto ao acesso às pontes pedonais (séc. XVII ou XVIII)
- Anjo da Guarda
Altar moderno implantado junto à EN238, à entrada da aldeia.
- Açude e moinho
Em frente à aldeia, no leito do Zêzere, existe um açude e respectivo moinho hidráulico.