Sobral de São Miguel considerada o coração das aldeias do Xisto
Os seus habitantes consideram que a aldeia é o "Coração do Xisto". A sua relação com o xisto é por demais evidente. Mas não só da pedra se construiu esta povoação. Vale a pena descobrir os pequenos tesouros que Sobral de São Miguel esconde.
Daqui se exporta xisto para o mundo, mas a matéria prima não se fica por aqui.
Começando no património gastronómico – na aldeia pode provar desde ginja, até pica de chouriço, sardinha ou bacalhau, passando pelo mel e pelo pão de forno a lenha – a aldeia tem ainda para oferecer um património cultural e artístico.
Sobral de São Miguel também proporciona uns bons passeios. Quer sejam através das ruas e quelhas da aldeia, ou acompanhando o curso da Ribeira do Porsim.
A aldeia possui uma vasta envolvente de novas construções, pelo que devemos orientar a nossa visita para o núcleo mais antigo. Aí o casario acompanha as curvas mais ou menos pronunciadas da ribeira, elevando-se como que em escadaria, encosta acima. Os arruamentos são quase sempre paralelos à ribeira, sendo ligados por inúmeras quelhas com degraus ou por ruelas inclinadas que procuram contornar as habitações. Estas são quase sempre justapostas, não havendo espaço para quintais. De dois ou três pisos, a altura dos edifícios cria ruas onde, mesmo durante o dia, predomina a sombra.
Como não poderia deixar de ser, Sobral de São Miguel tem o seu próprio património religioso. Disso exemplo é exemplo a Igreja Matriz de Sobral de S. Miguel que tal como hoje se encontra é fruto das obras de ampliação efectuadas no séc. XX (1933), sendo a torre sineira erguida no ano de 1937. A aldeia também tem uma capela em homenagem a Santa Bárbara, mandada erigir pelos mineiros em 1938.
Quem quiser fazer uma viagem no tempo e ver como se vivia na aldeia, tem ainda construções tradicionais que valem a pena visitar. Sobral de São Miguel tem um lagar de azeite e um moinho e ainda, distribuídos pela aldeia, vários fornos comunitários. Uma visita à eira – afloramento de xisto aplanado – utilizado para descascar alguns produtos vindos do campo e ao tronco de ferrar, utilizado para imobilizar os animais quando eram ferrados. A Fonte designada como "Fonte do Caratão" também conhecida como "Fonte da Ponte" foi construída em 1900, também é um local muito pitoresco que vale a pena visitar.
Ainda merecem destaque:
- Antiga Escola Primária
Edifício resultante do "Plano dos Centenários" do Estado Novo, com dois pisos, o que indicia que por aqui existiu uma significativa população escolar.
- Capela de Santa Bárbara
Localizada num dos pontos mais elevados da aldeia, já em zona periférica. Edificada em 1940, quando a exploração do volfrâmio era a ocupação de muitos e a grandeza alguns.
- Eira
No local onde confluem as duas ribeiras que originam a Ribeira do Porsim que atravessa a aldeia, um afloramento de xisto de superfície aplanada sempre foi utilizada para secar e descascar alguns dos produtos vindos dos campos.
- Tronco de ferrar
Junto à eira, este era o equipamento utilizado para imobilizar as bestas enquanto eram ferradas.
- Fontanário
No Largo do Cabecinho, à entrada da aldeia.