São 10 aldeias para visitar em Portugal pelo menos uma vez na vida. Locais fantásticos que não pode perder. As 12 Aldeias Históricas de Portugal formam um acervo único da história do país. Um destino que fascina tanto os portugueses quanto os turistas estrangeiros.

 

MÓS FAFE

 

A aldeia de Mós é uma povoação tradicional com uma envolvente única. Trata-se de um miradouro natural para várias serras: da Cabreira, do Marão, da Amarela e do Gerês, para a albufeira do Ermal, e para o vale da Ribeira de Linhares. Demore-se a contemplar uma paisagem de cortar a respiração e, ao mesmo tempo, tranquila e bucólica: as serras a toda a volta, os prados verdejantes e os bosques de carvalhos conferem um cenário único a esta povoação. Para aqui chegar, terá de percorrer o sinuoso traçado da estrada municipal que atravessa a freguesia de Aboim, celebrizado pelo rally de Portugal, sobretudo pelos troços de Luílhas e da Lameirinha! Após o passeio motorizado, desacelere e venha descobrir a natureza viva e cativante num dos diversos passeios pedestres que convidam a percorrer este território de lés a lés, em que o contacto com a natureza e a descoberta dos cruzeiros, da capela e dos espigueiros, orgulho das gentes de Mós, estão em primeiro plano.

A cerca de um quilómetro de distância, pode também visitar o peculiar moinho de vento de Aboim, o único no concelho dotado destas características. Depois do esforço físico e do ar puro que certamente lhe abrirão o apetite, delicie-se com uma densa refeição à minhota, onde não faltarão os pratos mais típicos da terra, principalmente a vitela assada à moda de Fafe.

 

PONTIDO FAFE

 

Situada nas margens do rio Vizela, Pontido é ponto de partida para uma experiência única no mundo rural. Venha mergulhar nesta aldeia em que a natureza quase selvagem convida ao mais puro relaxamento! O local esteve abandonado durante três décadas e renasceu agora, pronto para acolher quem queira descobrir mais sobre este refúgio tranquilo com muito para descobrir! O local possui uma moldura única de densa vegetação, uma paisagem de carvalhal, vinha de enforcado e outras de cultivo, e um grande espelho de água – a barragem de Queimadela.

Encontra espaços próprios para merendas e locais para tomar banho no rio, inseridos em plena natureza. O relaxante som ambiente é apenas cortado pela passagem, a toda a pressa, do Rally WRC Fafe Rally Sprint e do Rally Serras de Fafe. Para quem gosta de saber mais sobre o ambiente em que circula, é obrigatória uma passagem pelos antigos alpendre e espigueiro, hoje um Centro de Interpretação Ambiental. Para conhecer a antiga dinâmica da aldeia rural, dirija-se ao moinho e pisão, hoje recuperados, testemunhos do ciclo do pão, que se inicia com a desfolhada, animada por um tocador de concertina! A tradição foi recuperada e é possível assistir a todo o percurso do cereal à mesa! Não faltam opções alojamento rural, todas habitações de traça tradicional, para se deixar ficar por este local tranquilo e apreciar as iguarias típicas que irão certamente deliciar quem passe pelo agradável restaurante do Pontido.

 

CODEÇAIS FELGUEIRAS

 

Codeçais possui um interessante núcleo rural, constituído por edifícios em granito de arquitetura tradicional mais associada à exploração agrícola, conservando ainda espigueiros, um alpendre e uma eira. Fazem parte do património da aldeia quintas mas também pequenas leiras, situadas no logradouro das habitações, destinadas à produção de pequena escala, na generalidade para autoconsumo. Atestando a grande religiosidade das suas gentes e a existência de casas dos senhores das terras, a aldeia possui ainda uma casa com capela. Codeçais é um magnífico ponto de miradouro, com local de cota elevada (altitude compreendida entre os 400 e os 500 metros de altitude) que permite fruição cénica sobre um vasto horizonte, e em particular sobre o magnífico vale de Sendim, oferecendo à sua contemplação um agradável horizonte em tons de verde!

A presença Romana pode ser testemunhada ao visitar, na proximidade da aldeia, a Villa Romana de Sendim, no lugar do Agrelo, junto à Igreja Paroquial, também digna de visita. A Villa foi construída na segunda metade do século I. d. C. com provável remodelação nos finais o século IV e início do século V com acrescentos vários entre os quais se destacam as termas. Foi destruída durante as invasões suevas na segunda metade do século V d.C. O espólio exumado nas escavações arqueológicas é muito variado e poderá ser admirado no Centro de Interpretação, onde se encontra também o precioso legado do povoado da Cimalha - idade do Bronze (II.º milénio a.C). Na freguesia de Sendim, na proximidade, poderá visitar o Solar de Sergude. Trata-se de um solar que mantém muito da traça original que lhe mandara dar Gonçalo Coelho da Silva, Senhor de Felgueiras e de Vieira, pouco antes de falecer em 1584, instituindo nele um vínculo de morgadio para se manter na posse de seus netos e varões. Nos restaurantes de proximidade da aldeia poderá degustar a tradição gastronómica de Felgueiras, com destaque para o cabrito assado no forno a lenha, o Pão-de-ló de Margaride, cavacas e lérias. Os vinhos verdes são néctares de reconhecida qualidade, em perfeita harmonia com as sugestões gastronómicas! Em clima de festa, Sendim mantem a tradição da romaria a S. Tiago, a 25 de julho.

 

BURGO FELGUEIRAS

 

O Burgo convida-o para uma experiência singular, imperdível e inesquecível! Na aldeia, localizada em Pombeiro e Vila Fria, domina um ambiente que o levará a viajar até ao tempo da ocupação romana, o que irá sentir ao percorrer a rua do Burgo - velha estrada Romana que ligava Bracara Augusta a Tongobriga, bem como a calçada e a ponte Romanas. A viagem prossegue pela Idade Média, ao contemplar o ex-libris da aldeia: o Mosteiro de Pombeiro, e o Paço de Pombeiro (imóvel de interesse público). Até ao regresso da sua viagem à contemporaneidade são vários os motivos de interesse para visita, como são exemplo as construções de granito existentes e paisagens envolventes. Demore-se num passeio pelos trilhos existentes no local, que o levarão a conhecer em detalhe todos os pontos de interesse da aldeia, desde o património histórico-cultural, ao património natural e paisagístico, e ao quotidiano rural da Aldeia. Em clima de festa, Pombeiro celebra a Festa de São Brás no primeiro domingo de fevereiro, e em Vila Fria são tradições as Festas do Corpo de Deus e de Santa Maria (15 de agosto).

Nos restaurantes de proximidade da aldeia ou no Paço de Pombeiro e na Quinta do Mosteiro, poderá degustar a tradição gastronómica de Felgueiras, com destaque para o cabrito assado no forno a lenha, para o Pão-de-ló de Margaride, cavacas e lérias. Os vinhos verdes são néctares de reconhecida qualidade, em perfeita harmonia comas sugestões gastronómicas! No Mosteiro de Pombeiro realiza-se anualmente o Festival de Pão-de-Ló no fim-de-semana anterior ao da Páscoa

 

POIARES FREIXO DE ESPADA À CINTA

 

As casas tradicionais alinhadas em xisto, a paisagem da aldeia rodeada de serras, com o rio a passar lá em baixo e um ar puro que nos aproxima da natureza, seriam razões mais que suficientes para visitar a aldeia de Poiares, em Freixo de Espada à Cinta. Mas há muitas mais! Localizada em pleno Parque Natural do Douro Internacional, o enquadramento paisagístico é suficiente para tirar o fôlego. Para desfrutar em toda a plenitude da paisagem, vá até ao Miradouro do Penedo Durão, às Alminhas, ou às dobras nas rochas. No núcleo central, a aldeia apresenta também património diversificado para visitar, da Igreja Matriz à Fraga do Gato/ Lontra, com as suas pinturas rupestres, passando pela Calçada de Alpajares. Diversos percursos sinalizados permitem percorrer caminhos que passam também por estes locais emblemáticos, nomeadamente os dois principais: a Calçada de Alpajares e a Rota dos Miradouros.

As tradições culturais continuam bem enraizadas na aldeia: aqui usa-se o desfazer do folar, é natural ver as mulheres a fazer meias com quatro agulhas, às soleiras das portas e os homens, nos tempos livres, entretém-se jogando à raiola, à sueca ou ao chincalhão. A religião também marca forte presença na aldeia: em agosto há festas em honra de Nossa Senhora do Rosário, Santa Padroeira da freguesia de Poiares. Na gastronomia, o Folar da Páscoa é o prato mais emblemático, capaz de fazer crescer água na boca!

 

CHACIM MACEDO DE CAVALEIROS

 

A aldeia de Chacim localiza-se no sopé da Serra de Bornes, em pleno Geoparque Terras de Cavaleiros. Para aproveitar da melhor forma a visita a esta aldeia, fique instalado numa casa de turismo rural e saboreie sem pressas a tranquilidade transmontana! Descubra o património da aldeia, nomeadamente, o Real Filatório de Chacim, datado de 1788, e classificado como imóvel de interesse público. Trata-se de um complexo industrial de transformação e manufatura da seda, que se encontra em ruínas, e que constitui um importante exemplar da indústria de sericicultura europeia. Ao lado, encontra-se o Centro Interpretativo do Real Filatório de Chacim, onde poderá recolher mais informações sobre a história deste complexo e sobre o espólio recolhido nas intervenções arqueológicas.

Conheça, também, o Convento de Balsamão e o respetivo museu, integrado na casa de retiro e repouso pertencente à congregação dos Marianos da Imaculada Conceição. Aprecie a vista colorida lá do alto: o branco das giestas, o dourado das searas, o verde dos olivais, das vinhas, e dos pinhais e as manadas de animais que pastam nos campos! Passeie vagarosamente, escutando o som da água do pequeno riacho que atravessa Chacim e atente, ainda, nas duas pontes, do Bairrinho e da Paradinha, datadas da Idade Média, na Capela do Desterro e no Pelourinho (imóvel de interesse público). A Feira

 

CANAVESES MARCO DE CANAVESES

 

Na margem direita do rio Tâmega, a apenas quatro quilómetros da sede do concelho e dividida pelas freguesias de Sobretâmega e São Nicolau, situa-se a pequena aldeia de Canaveses. O singelo conjunto de casas de traça tradicional em pedra granítica esconde um passado rico em história, palco de grandes feitos militares por altura das Invasões Francesas. Restam ainda inúmeros vestígios desse passado a merecerem visita atenta. Pensado para receber turistas e de visita obrigatória é o Parque Fluvial do Tâmega, local aprazível na zona ribeirinha, ideal para a prática de atividades desportivas e para o contacto com a natureza. Ali foi construída uma fluvina, com capacidade para 40 embarcações, um difício de apoio onde funciona o Clube Náutico do Marco de Canaveses e um restaurante panorâmico, plataformas de pesca desportiva, bar, parque de merendas, parque infantil e um circuito pedonal e de manutenção.

É precisamente no Parque Fluvial do Tâmega que parte e termina o recémcriado percurso pedestre “Caminhos de Canaveses”, um trilho de oito quilómetros que engloba toda a freguesia de Sobretâmega, passando na aldeia de Canaveses, que integra a Rota do Românico e a Rota do Vinho do Porto. Prove o pão-podre, típico da região, o anho assado com arroz de forno, o bazulaque e, claro, o vinho verde.

 

TONGÓBRIGA MARCO DE CANAVESES

 

 

Uma autêntica viagem ao passado é o que se propõe a quem visita Tongóbriga. Esta tem como cartão de visita os vestígios arqueológicos de uma antiquíssima cidade romana. Classificada pelo IPPAR como monumento nacional, a Estação Arqueológica do Freixo é a prova de que Tongóbriga representava um importante centro de atração e decisão no final do século I e início do século II. Numa área de cerca de 50 hectares, são visíveis os vestígios das termas, do fórum, zonas habitacionais e uma necrópole. Como não poderia deixar de ser, a aldeia desenvolveu-se em torno deste achado arqueológico.

O núcleo urbano do Freixo tem sido sujeito a diversas obras de recuperação e restauro, mas mantém as características de uma aldeia tradicional, com as suas casas de granito, o património religioso, as leiras cultivadas e as suas gentes. Enquanto passeia pela aldeia, dedique especial atenção à Casa do Freixo e à Igreja Matriz. Percorra a pé a rota “Dos Flávios à D. Mafalda”. Por antigos caminhos e vias romanas, deslumbrese com a paisagem da região! Não deixe de saborear o anho assado com arroz de forno, a broa de milho e os doces do Freixo. E porque não levar uma recordação da Loja do Artesão? Fica na rua dos Judeus, bem no centro da aldeia, e lá encontrará um pouco do melhor artesanato local, tal como, a pequena distância, no Centro de Promoção de Produtos Locais da Dólmen.

 

BRANDA DA AVELEIRA MELGAÇO

 

A aldeia de Branda da Aveleira localizase na entrada do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Antes de dar início ao passeio, dirija-se ao Posto de Atendimento e Informação Turística e recolha informação pormenorizada sobre os principais locais de interesse. Nesta localidade, merece um olhar atento a Capelinha da Senhora da Guia e um conjunto de casas rústicas típicas, designadas por cardenhas, muitas delas restauradas, mantendo a traça original, que foram adaptadas para turismo. Uns dias de descanso na aldeia proporcionam um regresso às tradições agrícolas e culturais e momentos de total relaxamento no Vale do Minho.

Nesta zona não faltam sugestões de percursos pedestres: perca-se na natureza e passeie entre outeiros e leiras, afloramentos rochosos de granito e xisto e cursos de água fresca! Percorra o Trilho Megalítico que o levará ao Dólmen do Batateiro; o Trilho da Aveleira, percurso de montanha; ou o Trilho da Peneda, entre o Povoamento da Peneda e a Branda da Bouça dos Homens. Desvende os vestígios glaciários na Serra da Peneda e aventure-se à descoberta do lago da Peneda, no cume da serra com o mesmo nome: um verdadeiro paraíso escondido! Retempere energias com a saborosa gastronomia local, da qual se destacam a broa de milho, o fumeiro e o cabrito à moda da Serra. Se quer conhecer melhor as tradições culturais de Branda da Aveleira, visite-a no mês de junho, quando se realiza a Feira do Gado.

 

CASTRO LABOREIRO MELGAÇO

Fique alojado numa das unidades de turismo de Castro Laboreiro, algumas delas casas típicas castrejas recuperadas que convidam a uma estadia relaxada em contacto com a natureza. Parta à descoberta da região, percorrendo os vários trilhos que podem ser feitos de viatura todo-oterreno ou a pé. Atente na beleza da paisagem e prepare-se: com alguma sorte poderá avistar javalis, veados, texugos e lontras, águias-reais, lobos, corços e garranos!

A aldeia está na origem da raça canina com a mesma designação, conhecida internacionalmente: o cão de Castro Laboreiro – visite o Canil da Raça que tem como objetivo a preservação e valorização desta raça. Experimente os saborosos pratos típicos castrejos e os seus enchidos. O artesanato é variado, e constituem belas recordações para trazer de Castro Laboreiro!

 

CIDADELHE MESÃO FRIO

 

A aldeia de Cidadelhe, situada num vale inserido na região do Alto Douro Vinhateiro, faz parte do Património Mundial classificado pela UNESCO. O vinho é o produto que mais se destaca nesta aldeia de Mesão Frio, embora o local seja também pródigo na produção de azeite e frutas variadas. Além da sua localização, inserida numa paisagem de rara beleza, entre serras, num passeio prolongado pela aldeia, observe as muitas quintas e casas brasonadas que conferem vida e beleza singular ao local. No restante património, alongue-se pelo centro da aldeia onde pode ficar a conhecer em detalhe a Igreja Paroquial de Cidadelhe do estilo barroco, do século XVIII.

Mais antigo ainda é o património que resta do tempo em que esta foi uma cidade fortificada, muito antes da fundação da nacionalidade, e que se crê ter sido atacada pelas tropas do general romano Decimus Junios Brutus no ano de 134 a.C., motivo que terá levado à construção do Castro dos Mouros em Cidadelhe, local onde existem vestígios romanos. Depois do passeio, delicie-se com os sabores tradicionais da gastronomia de Mesão Frio.

Aqui a principal especialidade é o cabrito com arroz e batatas, assadas no forno a lenha, mas há também saborosa marrã, feijoada, papas de farinha de milho e “sopa de castanha pica”. Os peixes também marcam presença à mesa em variações como caldeirada e peixinhos do rio em molho de escabeche. Nos doces, aprecie os biscoitos de Donsumil e as Falácias.

 

PICOTE MIRANDA DO DOURO

 

Picote ergue-se sobranceira ao Douro e integra o Parque Natural do Douro Internacional. Tem origem num povoado proto-histórico como o comprovam os inúmeros vestígios rupestres pré-históricos, dos quais se destaca a inscultura rupestre de um caçador com arco, descoberta na Fraga do Puio. No Largo do Toural, contemple o núcleo de casas rurais antigas em granito. Admire a Igreja Matriz e, junto a esta, as Sepulturas Medievais esculpidas na rocha. Descubra a Capela de Santo Cristo dos Carrascos, de origem medieval, situada do local onde supostamente terá sido a necrópole romana.

Aqui foram encontradas estelas funerárias romanas, esculpidas em mármore, agora nos museus da Terra de Miranda, em Miranda do Douro, Abade de Baçal, em Bragança e Grão Vasco, em Viseu. A Barragem de Picote, a mais antiga do troço internacional do Douro, merece um olhar atento, bem como o seu conjunto habitacional, Barrocal do Douro, aldeamento construído para os funcionários da barragem que constitui um notável exemplo da arquitetura modernista portuguesa dos anos 50 e 60, classificado como Conjunto de Interesse Público. Se gosta de aventura, faça os percursos pedestres, pelas arribas do Douro, ou pelo planalto mirandês e perca-se em paisagens de cortar a respiração. Aprecie a beleza natural da Fraga do Puio, miradouro privilegiado de onde se avistam fragas e precipícios e, lá em baixo, no fundo do vale, o Douro! Vá mirando o céu: não são raras as vezes em que se avistam a águia-real, um abutre-do-egipto ou um grifo.

As danças de roda ou dos pauliteiros animam as festas em Picote. A segunda língua oficial portuguesa, o mirandês, constitui uma das mais ricas e vivas ligações com o passado, encontrando-se patente nas placas toponímicas da aldeia, primeira freguesia do concelho com toponímia bilingue (mirandês/português).

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